sexta-feira, 16 de julho de 2010

Menina do Riso Fácil

Menina do riso fácil.

Menina do riso fácil, e no entanto tantas vezes falacioso. Olhar vítreo, vazio de emoção, que goteja ao mínimo impulso. Coração que luta contra os seus mais sinceros instintos e sentimentos. Frases apartadas de sentido e de razão. Negação do que há muito sabe que é mais que certo (mentira piedosa para consigo e para com quem a rodeia; a injustiça não se vive apenas na primeira pessoa…).

Tentar ignorar é luta inglória, sem motivação nem premissa de dever cumprido. Constantemente a digladiar-se contra si, contra o que sente, contra o que quer. Perder forças é fácil: é o atalho espinhoso de um caminho sinuoso, sombrio e solitário. A imagem imaculada e alba de malícia, de pessoa que desconhece o significado e aplicabilidade da palavra tristeza, permanece intocável, impreterivelmente mais aceite que uma imagem em declínio, em desuso de sorriso e bem-estar. Uma fachada fácil e útil, sobretudo em presença (in)desejada.

Caminhar diante do incerto, diante de um obstáculo que julgámos ser apenas uma utopia. Um fantasma terreno que ganhou forma e se tornou tão real como uma dor incerta naquilo que julgamos ser a nossa alma: invisível a quem nos contempla, e no entanto tão excruciante e visceral que mal podemos acreditar que de física não tem nada. Corroborar a teoria que Estar Feliz é definitivamente diferente de Ser Feliz… Fugazmente, tudo nos escapa entre os dedos trémulos e, sem controlo, resvalamos e deixamo-nos ficar, esperando que um dia tudo passe, tudo fique bem.

Menina do riso fácil, uma coisa é certa: um dia vai ficar tudo bem!

Um dia vais ficar bem…