Lá fora fazia frio, o vento passeava por entre as ruas desertas, apartadas de gente e de sentido.
Apesar de tudo, preferia estar lá fora, onde o silêncio imperava.
Dentro de si ouvia vozes. Não vozes de loucura, desesperadas. Mas sim da sua consciência. Vozes que não queria escutar, que não queria descortinar.
Tinha a cabeça a latejar, mas as vozes não deixavam de se fazer ouvir... Não a deixavam racionalizar.
Contrapunham-se. Contradiziam-se. Contradiziam-na.
Remoiam a sua consciência, gritavam o seu sofrimento.
Pediu que fizessem silêncio. Mas elas não se calaram.
Deixou-se ficar no seu canto, tapou os ouvidos, fechou os olhos.
Tentou acalmar-se. Não adiantava batalhar contra elas. Implorou apenas que não mudassem o seu mundo. Mas no fundo, tudo o que ela queria era que o pudessem fazer...
Quando finalmente se fez silêncio, nada estava onde lhe pertencia estar... Nada estava onde ela gostava que estivesse. Degladiou-se então com a ideia de vir a desiludir-se uma vez mais...
1 comentário:
ai..essas miseráveis vozes do inconsciente ou subconsciente..que nos atemorizam, destronam, e tantas vezes vencem...
nao quero que nos vençam...nao quero que nos mudem as concepçoes logicas do que é O QUE DEVE SER...
lutar contra elas? não vale a pena, pois nao? temos de esperar que desapareçam, nao e? :(
odeio o tempo...o inverno...a espera...
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