domingo, 1 de março de 2009

Círculos e afins

É incrível como os sentimentos mudam, se transformam, se renovam. Hoje podemos adorar alguém, e amanhã esse alguém não passar de um simples desconhecido, ou mesmo de uma pessoa a evitar. Há ainda os estranhos casos de pessoas que não suportamos e que, mais tarde, se nos dão de tal forma que mal conseguimos viver sem elas... Este é o círculo de sentimentos, o círculo de relações e ligações que nos surgem diariamente, e que nos levam consigo, mudando-nos e moldando-nos de formas que nem um milhão de palavras consegue descrever.

Sinceramente, eu tenho medo quando os meus sentimentos mudam. Tenho medo porque sei que não reajo bem, e levo algum tempo a acostumar-me e a racionalizar... A pensar friamente e a tomar decisões. Começo a seguir instintos, e isso não é um bom princípio... Não é mesmo!!! E enquanto estou a aprender a "lidar com", faço asneiras. Asneiras atrás de asneiras, magoo pessoas, desenvolvo novos sentimentos. E, sem dar por isso, entro no círculo novamente...

E quanto nos impelem a entrar em círculos alheios? Aí sim, as coisas complicam-se desmesuradamente. Mas é impossível cingir a nossa vida a um só círculo. Bem tentamos escapar, tornear todo este labirinto de emoções e sensações que tanto nos assustam e afligem, não ter de encarar o que dentro de nós existe (ou está em falta...) que consegue proporcionar tremenda mágoa. Luta inglória, no entanto. Embora muitas vezes tentemos evitá-lo, todos os círculos se cruzam, se deformam, se dilatam, permitindo a entrada de novos breakpoints, de novos sentimentos, de novas pessoas, por vezes de um novo vazio...

Sem controlo, esticamos o nosso círculo de tal forma que, um dia, sem darmos por isso, ele vai começar a dar de si, e vai quebrar... E aí... Aí será tarde demais, e desejamos ter mais cedo aprendido a lidar com as nossas emoções. Apercebemo-nos que deveríamos mais cedo ter conseguido reagir, ter confiado em alguém e ter autorizado a sua entrada no nosso círculo...

It's not difficult to fall in love... Difficult is to be loved in return!

2 comentários:

manuhell disse...

"tenho medo quando os meus sentimentos mudam."

também eu, e muito. acho que temos todos. a mudança é o maior medo de tods, mas também é o maior desafio de todos e muito sinceramente não consigo, nem quero imaginar uma vida sem ela.

mas tenho medo, muito medo. sou humano, afinal!

Joana*** disse...

Circulos...o nosso que está em constante mutação, sem muitas vezes nos dar tempo para nos habituarmos e o dos outros que insistentemente interfere com o nosso, ora para ficar tudo melhor, ora para uma cabeça já bem confusa com as suas próprias questões ficar ainda pior.
E como se não bastasse, a todas as confusões de circulos, relações e sentimentos partilhados (ou não) ainda nos lembramos que se não nos conseguirmos adaptar aos novos circulos que nos vão surgindo...as mudanças podem ser demasiado radicais para aguentar...
Às vezes, o medo terrivel de não conseguir não nos deixa aproveitar tudo o que o nosso circulo nos dá, os sentimentos bons, as lições e sobretudo as pessoas...e é por elas que nos agarramos e por elas que lutamos, que nos adaptamos...para não perder o que nos é querido, mesmo quando às vezes isso nos leva a dar uma volta de 180º...mas se mudarmos...também crescemos...e temos novas oportunidades, novas lições, alguns novos sentimentos, talvez novas pessoas...
Claro que precisamos de coragem para enfrentar tudo de novo, mas temos de confiar e saber que somos capazes, por mais confusão que haja no nosso circulo e no circulo dos outros nós conseguimos... até porque há sentimentos que se mantém e pessoas que estão sempre lá.
beijinhos**