sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Cheirinho a Natal

Já começo a sentir o cheirinho a Natal. Confesso que é por esta época que espero todo o ano. Não pelas prendas, não pelas férias, não pelo dia em si, mas antes pelo espírito que se vive nesta altura. E talvez o facto de fazer anos por estes dias também tenha a sua importância =P

Sabe bem andar na rua e passear entre a multidão de pessoas atarefadas e concentradas na sua vida, sentir o friozinho na cara e ter o aconchego de um cachecol quentinho, ver as decorações de Natal que enchem a cidade e que lhe dão um toque tão especial... Parar numa esplanada e bebericar um cafezinho enquanto ponho a conversa em dia. Ou simplesmente ficar em casa, acender a lareira e enroscar-me no sofá a ver um filme. Sem preocupações! Sem nada para me atazanar a cabeça! Fazer a árvore de Natal, embrulhar os presentes, preparar a consoada. É todo um ritual que adoro!

Nem toda a gente é assim. Há quem simplesmente não dê importância a esta época. Ou quem viva a época, mas não de uma forma tão marcada. Aproveitam apenas os 2 dias reservados para a família, e é quando o fazem na totalidade. Muitos outros ainda se aproveitam do Natal para fazer o lucro que não conseguiram fazer ao longo do ano. Mas este é o Natal moderno. Este é o nosso Natal. Alguém se lembra do porquê de celebrar esta data? A maior parte de nós nem sequer é religioso...

As pessoas estão mais felizes, mais esquecidas da crise, mas tudo o que é pensado para esta época, tudo o que imaginamos, tem de passar indubitavelmente por uma grande superfície comercial. Cada vez mais, Natal é sinónimo de consumismo. Na azáfama de encontrar o presente ideal, as pessoas esquecem-se de viver a época, de aproveitar ao máximo os dias em que, por força da tradição ou não, conseguem ter toda a família reunida, sem desculpas para fugir ou para não ficar para jantar. E os anúncios na televisão? Nos meses de Novembro e Dezembro deixa de haver pausas nos programas para compromissos comerciais: há antes pausas nos compromissos comerciais para que se possa falar um bocadinho da actualidade ou ocupar a cabeça com coisas para além de brinquedos, bonecos, consolas, jogos, toda uma panóplia de engenhocas que apenas querem dizer: gaste mais dinheiro, e verá que não se vai arrepender! Pelo menos não para já...

Mas isto tudo faz parte! Isto tudo é indissociável do Natal. E se assim não fosse, então não teria tanto significado e não traria tantas recordações, sejam elas boas ou más...

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