quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Efemeridades

Ontem apercebi-me do real significado da expressão: a vida é efémera. Ontem apercebi-me que tudo aquilo que sonhei, tudo aquilo que construí, se pode desvanecer em segundos, em meros instantes que fogem do nosso controlo, para não deixar sequer tempo para um último adeus, um último olhar. Ontem apercebi-me que se tivesse sido o último dia, o último de tão poucos (e que, no entanto, do alto da nossa sapiência, já nos parecem uma eternidade...), eu não teria tido oportunidade de dizer tanta coisa, fazer tanta coisa, lutar por tanta coisa.

Fiquei deveras incomodada com este facto... Apercebi-me que, em determinadas situações, o EU passa para segundo plano. Tudo o que está de certa forma ligado à nossa pessoa toma o papel principal, torna-se na condição major, passando a gerir tudo o que dizemos e fazemos naquele momento de sufoco. As proporções tomadas são de tal forma gigantes que só queremos um abraço para nos recompor, para poder sentir alguma segurança, e, em seguida, tentamos o tudo por tudo para perceber se está tudo bem, se poderá ficar tudo bem, se temos hipótese para mostrar a quem nos é importante o que realmente sentimos, de dizer tudo o que ficou por dizer, de pedir desculpa, de agradecer, de amar...

O tempo passa, a vida passa, escapando-nos entre os dedos... Cada momento vivido é só mais um pouco de efemeridade patente nas nossas vidas.

No fim ficou tudo bem, pelo menos fisicamente... Pode não ter acontecido nada de grave, mas marcou-me de uma forma que nunca pensei...

Ainda ouço o som... Julgo que ainda o vou ouvir por muito tempo...

3 comentários:

manuhell disse...

beijo*

Anónimo disse...

É mesmo...
e garanto-te que a vida não perde uma oportunidade para mostrar a sua efemeridade!Tenho konstatado isso...
Suponho k sei ao k te referes...e também sei k o "som" que ainda ouves...haverás de ouvi-lo por toda a tua vida (talvez com o tempo...km menos frequencia)...porque há coisas que por muito tempo que passe não se eskecem e que incistem em marcar presenxa!
Também te digo...k não percas a oportunidade de dizer o k verdadeiramente sentes, de faxer o k verdadeiramente keres...porque tal cmo dixes, às vexes numa fracção de segundos, perdemos essa oportunidade...ou porque nós deixamos de poder, ou porque um alguem que queremos muitos deixa de poder...e depois ficamos com o peso na consciencia de que..."havia tanto por ser dito...e que eu não disse!Porque?"

É a efemeridade da vida que se lembra sempre de nós...mas que nós nem sempre nos lembramos dela!
Txi gosto***

PS: Há muito k venho a akompanhar-te...mas este koment tocou-me axim bem no fundo...kis komentá-lo!

Ana Margarida Cinza disse...

apesar de tudo, sao, por vezes, estes momentos, em que nos sentimos poeira dispersa e capaz de bambolear ao sabor de um vento desconhecido e que preferiamos rejeitar....sao estes momentos que nos desafiam a lutar, que nos desafiam a viver...

nunca te cinjas ao abraço reconfortante...

:)

beijinho*