segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Hetero, homo, bi... e então?

A diferença apenas existe na nossa cabeça. O verdadeiro Eu das pessoas que nos rodeiam não está patente na sua cor, no seu corpo, na sua opção sexual. Reside antes no seu interior.

Porquê discriminar alguém que sente como nós, ri como nós, chora como nós, ama como nós? Ninguém escolhe por quem se apaixona. Eu posso apaixonar-me por homens, tu por mulheres, mas o teu amigo pode apaixonar-se por pessoas do mesmo sexo e a tua amiga por pessoas, independentemente se estas são X ou Y! E isso faz deles piores pessoas? Evidentemente que não!

Hoje em dia não se justifica a ignorância que reina na população em relação ao assunto "orientação sexual", mesmo em camadas mais jovens. Doença? Mas quem foi a alminha (mal) iluminada que caracterizou desta forma a homossexualidade?

Embora muitos tentem negá-lo, a homossexualidade não é um facto do século XX. Pelo contrário, sempre esteve presente ao longo da História. Basta focarmo-nos na Grécia Antiga, onde era banal o que hoje em dia é tabu! Mas a História é assim: tem períodos de grande evolução, e outros de uma incrível regressão!

Sempre fui educada para aceitar as pessoas como são. Não é preciso gostar, basta aceitar, ficando depois ao nosso critério relacionarmo-nos ou não com determinadas personagens. É no entanto impossível ficar indiferente a certas atitudes prepotentes e narcisistas dos auto-intitulados Senhores (vulgos machões) e Senhoras da nossa sociedade de brandos costumes, que se gaba de ser política e socialmente correcta. É que este país tem apenas um verniz, um frágil disfarce para lidar com a homossexualidade. A tolerância pública - e em presença - quer dar ares de modernidade (e às vezes consegue), mas as conversas pelas costas denunciam a chacota, o gozo e o desrespeito com recurso ao uso de jargões clássicos. Os sinais da tolerância podem ser tão discriminatórios...

Adoro as pessoas que dizem "eu até tenho um amigo gay", como se isso quisesse dizer que são modernas. Como se isso mostrasse que são bondosas e condescendentes. Como se a discriminação que existe não passasse por elas, porque, afinal, elas nem discriminam ninguém. Faz lembrar aquela do "eu não sou racista, até tenho amigos pretos".

Há dias estava a ler uma crónica e achei este excerto deveras interessante:
Um desses gays, que tem um filho da idade do meu, veio cá à festa de anos dele. Mas pedi-lhe que não trouxesse o namorado. Estavam cá os meus sogros e, já se sabe, não percebem ainda muito bem estas coisas.

O Mundo está cheio de sogros. É por causa deles que as coisas não andam para a frente! E se o seu sogro fosse gay? Aí seria a nora ou o genro a fazer o papel de sogro...

Já é tempo de pensar neste assunto de uma forma diferente, sem tabus, encarando-o como uma realidade, e não como um problema ou disfunção!

4 comentários:

Anónimo disse...

ESPECTACULAR ! *

Anónimo disse...

Viva á P-Ho!!!

manuhell disse...

bem dito. "o mundo está cheio de sogros" =P

Anónimo disse...

Que posso dizer? Està tudo dito, eu de certeza não diria melhor. Bjo grande mha filha